Resumo do livro uma gota de sangue
1868 palavras
8 páginas
HITLER E A CRISE DA RAÇA No Putsch da Cervejaria, a tentativa fracassada de golpe de estado de Adolf Hitler de novembro de 1923, morreram 16 nazistas, mas apenas um integrante do alto círculo de Partido Nazista. Esse homem era Ludwig Maximilian Erwin von Scheubner-Richter, um alemão do Báltico nascido em Riga, na Letônia, que combateu ao lado dos contrarrevolucionários na Revolução Russa e transferiu-se para a Alemanha em 1918. A influência intelectual desse homem, que estava de braços dados com Hitler quando foi atingido por um tiro, filtrou-se no livro O mito do século XX, escrito por seu companheiro de emigração Alfred Rosenberg, também um alemão do Báltico e um contrarrevolucionário. Os europeus, fonte da civilização ocidental, pertenceriam a um único grande tronco racial, o dos arianos, o mais avançado entre todos. Eixo principal do tronco ariano seria constituído pelos povos nórdicos ou germânicos, que teriam resgatado a civilização clássica pela destruição de um decadente Império Romano, submetido ao domínio dos judeus e outros não europeus. Em Chamberlain, “o racismo científico” do século XIX transfigurava-se no nacionalismo racista do século XX, que encontraria uma expressão completa e extremada na Alemanha nazista. O pensamento racial da época não contestava a mistura de raças, em si mesma. Chamberlain imaginava que todos os troncos raciais, inclusive o ariano, haviam sido gerados por misturas de raças originais. Os judeus derivariam do cruzamento pouco viável do verdadeiro semita, o árabe beduíno, com o hitita ou sírio. Essa miscigenação teria resultado na reunião dos piores traços do primeiro, como o “nariz judaico” e a atração pela usura, e dos segundo, como a inclinação anti-intelectual. Sem a liderança histórica dos germânicos, os arianos não poderiam ter escapado à sina da miscigenação doentia e da consequente decadência. A repulsa aos judeus e a ideia de que são incompatíveis com a cultura alemã constituem elementos centrais no ensaio do