Resumo do livro: triste fim de policarpo quaresma
Autor: Lima Barreto
Policarpo Quaresma, como de costume, chegava a sua casa sempre no mesmo horário a mais de vinte anos advindo do Arsenal da Guerra, seu local de trabalho, onde era subsecretario.
Era conhecido e respeitado pela vizinhança, não recebia ninguém em sua casa, vivia num isolamento monacal, embora fosse cortês com os vizinhos que o julgavam misantropo. Não tinha amigos, nem inimigos, e a única desafeição que merecera fora do doutor Segadas, clinico afamado no lugar, que não podia admitir que Quaresma tivesse livros: “Se não era formado, para quê? Pedantismo!”
Ultimamente seus hábitos haviam mudado um pouco, começara a aprender a tocar violão, que era para ele o instrumento preciso para acompanhar a mais genuína expressão da poesia nacional, a modinha.
Patriota, Policarpo Quaresma logo aos 18 anos quis fazer-se militar, mas a junta julgou-o incapaz, impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do exercito, procurou a administração e dos seus ramos escolheu o militar.
Durante os lazeres burocráticos estudou, mas estudou a pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Defendia com azedume a proeminência do Amazonas sobre os demais rios do mundo. Para isso ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo.
Major Quaresma, após trinta anos de meditação patriótica estudos e reflexões chegou ao período de frutificação, enquanto estudava bateram-lhe a porta. Abriu, mas não apertou a mão. Desandou a chorar, a berrar, a arrancar os cabelos. Quaresma estava a receber seu compadre Vicente e sua afilhada Olga com um legítimo cerimonial Guaitacás.
A força das idéias e sentimentos contidos em Quaresma se havia revelado em atos imprevistos com uma seqüência brusca e uma velocidade turbilhão. O primeiro fato surpreendeu, mas vieram outros e outros, de forma que o que parecia extravagância, uma pequena mania, se apresentou logo em insânia