resumo do livro amor de perdição
A história inicia-se apresentando Domingos José Correia Botelho de Mesquita e Meneses, magistrado que em 1779 consegue, com a graça da Rainha D. Maria, a Louca, casar-se com D. Rita Teresa Margarida Preciosa da Veiga Caldeirão Castelo Branco, ex-aia, pais do protagonista. É normal em Camilo, assim como em boa parte do Romantismo, essa preocupação com datas, genealogias e citações de documentação histórica, em nome de uma maior verossimilhança possível.
Já se nota nesse início o caráter espirituoso do narrador ao apresentar as desventuras de D. Rita, perdida, por causa de seu esnobismo, em meio à província. Além de as situações ridículas, criadas por ela, servirem de humor, há uma leve intenção de ataque à nobreza decadente e empolada. Não se trata de uma crítica social amarga no tom do Realismo. Camilo Castelo Branco desprezava romances que se dedicavam a isso. Na verdade, sua censura tem tom idealista, pois despreza as questões de honra ditadas pelo nome e pelo dever, dando atenção aos que fossem ditados pela honra do coração, que lhe seria mais autêntica.
É uma temática a ser enfocada em mais outros momentos dessa obra, como na caracterização do segundo filho desse casal, Simão Botelho, justamente o protagonista. De início, já irrita sua mãe quando despreza o peso do nome e convive com pessoas das classes baixas. Talvez seja um alter ego do autor.
Um episódio tornou Simão célebre, configurando seu caráter. Um empregado de sua família fora colher água junto a uma fonte e acabou, sem querer ou não, quebrando alguns jarros (“cântaros”) dos Albuquerque. Os empregados dessa família começaram a bater no