Resumo do filme orquestra
O cenário é perfeito para a representação do espetáculo. Uma capela centenária com túmulos e o ensaio do que estar por vir com as ruínas do que fora outrora. A morte contracena com a vida na afinação dos instrumentos. Fellini dirige a possibilidade de ensaio diante da apresentação única do viver.
A batuta rígida do maestro duela com as determinações sindicais. Os músicos desafiam os direitos quando almejam o estrelato e seguem rigorosamente o convencionado ao contrariar as determinações do regente. O maestro exaspera suas frustrações em palavras ríspidas e desnecessárias, a orquestra atravessa a regência com descaso e ironia, o sindicalista aproveita o tablado para representar sua autoridade, os antigos copistas.
Intervalo. O maestro confessa como se sente ridículo: “me sinto um fantasma”... Contudo, logo reassume o personagem, com soberba, diante das câmeras de televisão para afirmar que a música é o mundo e ele, quando está na regência, sente-se dono do mundo... Não! Sente-se um sargento sem autoridade... O olhar apático denuncia o espectro do morto.
Retorno sem luz. À sombra das velas, as paredes assumem o horror dos insultos e ressentimentos, expressos nas máculas da construção monástica, contra qualquer autoridade. Estrondos fragilizam os sons, mas os músicos estão contagiados numa rebelião desordenada e não percebem nada além do que a orquestrada revolta. O chão de todos está abalado. O que esperam? Qual o objetivo almejado com tanta agressividade?
Uma revolução, um golpe... Alguns músicos colocam um enorme metrônomo no lugar do regente, a