O Som Como Parte Da Narrativa
O primeiro contato de Júlio Medaglia com um instrumento foi em casa, através de Magali Sanches, empregada doméstica da família, que mais tarde viria a se tornar atriz de radionovela. Pouco tempo depois, Júlio começaria a ter aulas de violino com uma prima de sua mãe, ex-violinista da orquestra do Cine Avenida. Posteriormente participou de uma orquestra de amadores, e conhece o então oboísta Isaac Karabtchevsky, que o leva para a Escola Livre de Música de São Paulo, criada em 1952 por um dos grandes mentores musicais da época,Hans-Joachim Koellreutter.
No final dos anos 1950, Koellreutter transfere-se para Salvador, no intuito de montar os Seminários de Música da Universidade da Bahia. Júlio Medaglia o acompanha e lá, se aperfeiçoa em regência, inicialmente coral e depois sinfônica. Em Salvador, é convidado pelo Diretor da Escola Superior de Música da Universidade de Freiburg, Artur Hartmann, para estudar regência na Alemanha.[1]
Antes de deixar o país, em São Paulo, Júlio Medaglia ajuda o musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange a divulgar, por meio deconcertos, artigos e palestras, a redescoberta de importantes partituras do barroco mineiro.
Enquanto estudava na Europa, Júlio Medaglia também teve aulas de regência sinfônica em Taormina, com Sir John Barbirolli, um dos mais respeitados maestros do século XX.
Também participa de cursos ministrados por Stockhausen e Boulez durante os festivais de música contemporânea de Darmstadt. Em 1965, forma-se, com distinção, pela Academia de Freiburg, em regência sinfônica.
No final dos anos 1960, retorna ao Brasil e participa, com Solano Ribeiro, da organização dos Festivais da Record. Nessa época, participa de movimentos artísticos de vanguarda, entre os quais o da poesia concreta, "oralizando" poemas com os irmãos Campos - Augusto eHaroldo - e Décio Pignatari.
No final de 1967, escreve arranjo para a canção Tropicália, de Caetano