Resumo Do Filme Black Tie
Eles não usam Black Tie
O filme retrata a vida da classe operária, na década de 80, lutando pela sua sobrevivência no país. Através do cotidiano dessas pessoas, o filme mostra o processo de transição ditatorial com o sistema capitalista. As marcas dessa transformação podem ser percebidas no processo de trabalho, hábitos de consumo, poderes e práticas do estado, as quais atendem a reprodução do sistema. A desigualdade social, a pobreza, a injustiça e a violência eram comuns na sociedade, estes aspectos também faziam parte do cenário em que retratava a realidade brasileira. No filme, Eles não usam Black Tie, o sistema pregava o controle da produção, buscando moldar o comportamento dos indivíduos. O espaço da fábrica era controlado a todo o momento por vigias e polícias, os quais interviam sempre que preciso, no intuito de manter a ordem caso esta fosse ameaçada. No entanto, o controle da força de trabalho estava também atrelado às ideologias que o sistema pregava. Instituições como a igreja, a escola e o estado buscavam reproduzir o modo de produção capitalista, despertando sentimentos sociais, como a ética do trabalho, lealdade aos companheiros e a busca de identidades através do trabalho. Ao longo da história, uma greve foi iniciada por alguns funcionários da fábrica que não aceitavam as justificativas do empregador para mandá-los embora e/ou pelo salário-mínimo que lhes eram ofertados. Sendo assim, comum em toda greve, algumas pessoas não aderiram e foram trabalhar, causando então uma grande confusão entre eles. O movimento operário perdeu o controle e acabou tratando com agressividade aqueles que foram trabalhar e até mesmo os que foram reivindicar os seus direitos, independente de serem homens ou mulheres. A intervenção do poder militar foi inevitável, a repressão para manter a ordem deixa um rastro de tortura e a morte de um dos líderes do movimento de greve, no entanto, a dor da perda de um grande companheiro sindical faz ressurgir