Uma análise do filme das experiment (a experiência, alemanha, 2001)
Márcio Moraes Martinez*
Resumo Uma equipe de cientistas arregimenta 20 pessoas para uma experiência psicológica simulando a convivência em uma prisão em troca de um prêmio em dinheiro. As pessoas são divididas em dois grupos: oito deles fazem o papel de guardas e os outros 12, de internos. As cobaias são isoladas numa área da “penitenciária” onde certas regras devem ser obedecidas e mantidas pelos guardas. No início, a camaradagem reina no ambiente. Mas a violência não tarda a explodir quando um ex-repórter disfarçado de preso lidera um motim. Os guardas reagem com brutalidade crescente. O conflito se agrava com a morte de um dos presos e a captura dos cientistas que criaram o projeto. Palavras chave: experiência, prisão, cobaias, cientistas. 1. INTRODUÇÃO Inspirado na experiência da prisão de Stanford (1971), liderada pelo psicólogo social Philip Zimbardo, o filme rodado na Alemanha em 2001 é polêmico. O suspense, conduzido pelo diretor alemão Oliver Birschielgel, retrata a simulação de uma prisão em que os papéis de guardas e prisioneiros são atribuídos a voluntários com características psicológicas parecidas. O previsto era que a simulação durasse duas semanas e quem quisesse abandonar a experiência, poderia fazê-lo a qualquer tempo. As regras eram bem definidas e todos os participantes sabiam que se tratava de uma simulação da realidade nas prisões e de um estudo científico. A simulação na verdade acabou bem antes do previsto porque os participantes confundiram a representação com a realidade e passaram a viver com total entrega e intensidade os seus papéis. Alguns participantes que simulavam serem os “guardas” passaram a agir com brutalidade tornando-se extremamente violentos, abusando e humilhando seus “prisioneiros” deixando eles mesmo de cumprirem com as regras da simulação. Por outro lado, os “prisioneiros” se tornaram submissos e obedeciam até mesmo às