Resumo do Conto ''Bambo'' do Livro Bichos de Miguel Torga
Era uma vez um sapo que nasceu largo e atarracado, com os olhos saídos e com as patas dobradiças, num charco em Vilarinhos.
Quando o sapo cresceu, entrou, uma noite, na quinta da Castanheira, onde trabalhava o caseiro Tio Arruda, que estava deprimido por ter falta de comida, por estar cansado do trabalho, por conviver pouco... E quando foi abrir a água saiu o sapo Bambo, que ele comprimentou, mas sem resposta.
Noutro dia mais tarde, no tendal de feijões, o Tio Arruda encontrou-se de novo com Bambo e dessa vez este parecia menos desconfiado. Com o passar do tempo o Tio Arruda verificou como as primeiras aparencias eram enganadoras e que os sapos não eram malditos nem assombrados, mas que este era como um poeta porque deslumbrava-se com a noite e o céu estrelado, ao contrário de Tio Arruda que durante 60 anos nunca tinha ligado a essas coisas, assim como a maioria dos habitantes de Vilarinho.
E então eles passaram a encontrar-se á noite, quando o tempo estava quente, e ficavam a observar a natureza e a água da mina, e nem precisavam de falar um com o outro pois entendiam-se no silêncio, e a verdade é que ele nunca encontrara tanto sentido e beleza a seu redor como naquelas horas.
Tio Arruda chegou a confessar na Igreja que andara por maus caminhos, e todos se riram, pois era impossível um sapo ensinar um homem a viver, mas ele não se importou e voltou para a sua rotina onde olhava para os grãos na terra, e via as plantas a germinar como se fosse um milagre, e graças a Bambo e á sua serenidade, ele já não cuidava das plantas apenas para salvar a colheita, agora fazia-o para proteger a vida delas, ao mesmo tempo que também se encantava com gotas de orvalho nas pétalas ou a ouvir um rouxinol.
Esta transformação no Tio Arruda fez com que as pessoas em Vilarinho lançassem rumores de que ele andava apaixonado, e ele nem respondia mas pensava que dizer parvoíces todos diziam, agora descer ao coração das coisas nenhum era capaz.
Um dia Tio Arruda morreu por