Resumo do capítulo 6 le goff - memórias
O ensaio se ocupou com a memória tal com ela nasce nas ciências humanas, ressaltando mais a memória coletiva do que as memórias individuais e descrevendo em tópicos a memória no campo científico global. A linha de estudo ficou por conta das relações entre a memória e a história divididas em cinco tópicos: a memória étnica nas sociedades sem escrita ditas (selvagens); o desenvolvimento da memória, da oralidade à escrita, da Pré-história à Antiguidade; memória medieval, em equilíbrio entre o oral e o escrito; os progressos da memória escrita, do século XVI aos nossos dias; os desenvolvimentos atuais da memória. A Memória Étnica
Contrariando a Leroi-Gourhan que aplicou este termo a todas as sociedades humanas, o autor preferiu designar de memória coletiva para os povos sem escrita. Esta diferença entre oral e escrita é alimentada pelo fato dessas relações estarem no caminho de duas vertentes igualmente erradas pelo seu radicalismo, uma afirmando que todos os homens têm as mesmas possibilidades e a outra colocando uma distinção maior entre eles. A verdade é que a cultura sem escrita é diferente, porém não totalmente diversa. Deve-se lembrar de que a acumulação de elementos da memória é uma atividade constante não só numa sociedade sem escrita, como nas que possuem. O primeiro contato onde se fixou a memória coletiva dos povos sem escrita é aquele que dá um fundamento à existência dos mitos de origem. Esta se interessa mais principalmente pelos conhecimentos práticos, técnicos, de aprendizado profissional. Nelas há especialistas da memória que nada mais é do que a memória da comunidade, mas também chefes de família, idosos, bardos, sacerdotes. Torna-se necessário destacar que, enquanto a reprodução mnemónica palavra a palavra está ligada a escrita, numa cultura sem escrita funciona como uma reconstrução generativa. A época áurea das inscrições ocorreu na Grécia e Roma antigas, elas se acumulavam e