Resumo: “desconectados: habilidades, educação e emprego na américa latina” (bid, 2012)
1. Com o mundo pela frente
O estudo parte da premissa, já lugar-comum, de que os jovens são o futuro da humanidade. Ao mesmo tempo que é depositada uma forte esperança na juventude, uma forte carga de responsabilidade recai sobre eles. Nesse sentido, como estão sendo preparados esses jovens para assumir a função de donos desse futuro? Comos eles se inserem num mercado de trabalho já estabelecido e extremamente competitivo, tendo em vista que o acesso à educação cresce vertiginosamente na América Latina?
A primeira constatação dos autores é a de que quem tenta o ingresso no mundo do trabalho logo após a conclusão do ensino médio está em desvantagem. Isso ocorre devido à (não) ocorrência de alguns aspectos: não há um alinhamento entre o que é ensinado nas escolas com as aptidões e competências exigidas pelo mercado e pela sociedade quando esses jovens entrarem na vida adulta; há uma mudança na postura do próprio mercado, que não valoriza mais os conhecimentos obtidos no ensino médio como antigamente; por fim, há uma enorme diferença na qualidade de ensino em relação a economias mais avançadas.
Deste modo, a partir de dois estudos – um sobre trajetórias e habilidades, realizado no Chile (2008) e na Argentina (2010), e outro sobre a demanda de habilidades, com empresários da Argentina, Brasil e Chile, (2010) -, este relatório procura enfatizar a necessidade de uma forte política educacional na região, bem como a revisão de seus conceitos, pensando mais em como se dará a transição dos jovens, da escola para o mundo do trabalho.
2. Panorama do trabalho entre os jovens na América Latina: céu nublado
Em relação aos salários, são dois os grandes movimentos que ocorrem no mercado de trabalho na América Latina: de um lado, a elevação nos salários de quem possui ensino superior, de outro, a queda dos trabalhadores que só possuem o ensino médio. Isso explica-se pelo grande