CONJUNTURA DE 1848 - Revolução na França em 1848 Tocqueville sempre teve um papel importante na prática da política francesa. Com a revolução, foi de monarquista à republicano conservador. Vê o que chama de "monarquia bastarda" - império de Luís Napoleão - como uma ameaça. Compreendeu bem que a revolução de 48 apresentava, inicialmente, um caráter socialista. Embora politicamente liberal, ele era socialmente conservador - acreditava que as desigualdades sociais eram naturais, ou, pelo menos, que eram inevitáveis. Não nega que os socialistas, derrotados em 1848, possam ser, num futuro mais ou menos distante, aqueles que transformarão a própria organização social. Observou o caráter socialista da revolução de 1848 e condenou a ação dos socialistas como insensata. Era do partido da ordem burguesa e estava pronto para ir contra os operários revoltados, durante a revolução de junho. Na segunda fase da crise, foi um republicano moderado, um partidário da república conservadora. Foi derrotado mas não se surpreendeu com a derrota, pois pensava que as instituições livres estavam provisoriamente condenadas; que a revolução tornaria inevitável um regime autoritário; e depois da eleição de Luís Napoleão previu naturalmente a restauração do Império. No entanto, como não é necessário ter esperança para empreender, lutou contra a solução que lhe parecia ao mesmo tempo a mais provável e a menos desejável. Ao contrário de Tocqueville, Marx participou ativamente dos acontecimentos na Alemanha. Acreditava no caráter internacional da revolução e se sentia diretamente interessado pela crise francesa. Os dois estão igualmente conscientes de que os acontecimentos não representam mais, simplesmente, dificuldades políticas, pois são o prólogo de uma revolução social. Enquanto Tocqueville se surpreende com os questionamentos sobre todo o fundamento da sociedade e leis que sempre foram respeitadas, Marx se alegra ao ver que a subversão social, a seus olhos necessária, está quase se