Argentina: Do elogio ao fracasso, das críticas ao sucesso setembro 14, 2007 por Coletivo Crítica Econômica Em meados da década de 90, a Argentina era o exemplo a ser seguido. O país tinha feito o dever de casa e estava colhendo os frutos dessa “racionalidade” econômica. O crescimento econômico argentino entre 1991 e 1994 foi o maior das últimas décadas. O país tinha conseguido eliminar a inflação. E os consumidores usufruíam viagens ao exterior e bens de consumo baratos. No começo deste século, a situação mudou por completo. O país enfrentava um dos maiores desastres econômicos em tempo de paz, nenhum expert em economia conseguia minorar a depressão econômica, apesar de exigir sacrifícios cada vez maiores da população. O FMI concedeu empréstimos o país e ajudou ao país adotar políticas prudentes. Ao invés de melhorar, a crise só piorava. Para complicar, em 2003, foi eleito um presidente nacionalista e populista, que defendia a moratória da dívida externa. Os grandes analistas econômicos não tinham dúvida: a Argentina caminhava cada vez mais para o caos econômico e para a hiperinflação. Contudo, ao contrário de qualquer previsão, a Argentina consegue desde 2003 elevadas taxas de crescimento econômico, a manutenção da inflação em patamares razoáveis e atrair investimentos produtivos. O fracasso argentino deveu-se a imprudente política currency board e as irrestritas aberturas comerciais e financeiras. Isso gerou um grande prejuízo para a indústria do país. O déficit comercial anual médio de bens industriais nos anos 90 foi de cerca de 20% do PIB industrial argentino de 2005 e fez com que o endividamento externo do país crescesse bastante. Essa política conseguiu reverter um superávit em conta corrente em déficits elevados e persistentes. Entre 1991 e 2001, a Argentina acumulou um déficit em conta corrente de US$ 88,5 bilhões. Isso é mais do que o triplo do que o país exportou em 2001. Obviamente, a capacidade de o país honrar suas obrigações