Resumo da obra Vigiar e Punir

2299 palavras 10 páginas
Eles no sancionam os mesmos crimes, no punem o mesmo gnero de delinquentes. Mas define bem, cada um deles, certo estilo penal, dentre tantas modificaes, atenho-me a uma o desaparecimento dos suplcios. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no rosto ou no ombro, exposto vivo ou morto, dado como espetculo desapareceu o corpo como alvo principal da represso penal. No fim do sculo XVIII e comeo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melanclica festa de punio vai-se extinguindo. A punio pouco a pouco deixou de ser uma cena. E tudo o que pudesse implicar de espetculo desde ento ter um cunho negativo e como as funes de cerimnia penal deixavam pouco a pouco de ser compreendidas, ficou a suspeita de que tal rito que dava um fecho ao crime mantinha com ele afinidades esprias igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam v-los, afastados, mostrando-lhes a frequncia dos crimes, fazendo o carrasco se parecerem com criminosos, os juzes aos assassinos, invertendo no ltimo momento os papis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admirao. A execuo pblica vista ento como uma fornalha em que se ascende a violncia. A punio vai-se tornando, pois, a parte mais velada do processo penal, provocando vrias consequncias, deixa o campo da percepo quase diria e entra no da conscincia abstrata sua eficcia atribuda sua fatalidade no sua intensidade visvel a certeza de ser punido que deve desviar o homem do crime e no mais o abominvel teatro a mecnica exemplar da punio muda as engrenagens. Por essa razo, a justia no mais assume publicamente a parte de violncia que est ligada a seu exerccio, o essencial da pena que os, juzes, infligimos no creiais que consista em punir o essencial procurar corrigir, reeducar, curar, uma tcnica de aperfeioamento recalca, na pena, a estrita expiao do mal. O desaparecimento dos suplcios , pois o

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