Resumo da Obra de Pepetela "Mayombe"
A MISSÃO
O rio Lombe brilhava na vegetação densa. Teoria, o professor, tinha escorregado numa pedra e esfolara profundamente o joelho. O comandante dissera-lhe para voltar à base, acompanhado de um guerrilheiro. Fazendo uma careta, respondera:
Somos dezasseis. Ficaremos catorze.
Matemática simples que resolvera a questão: era difícil conseguir-se um efectivo suficiente. De mau grado, Comandante deu ordem de avançar. Quando avançaram cerca de um quilómetro, subindo o rio, o Comandante mandou estacar.
Reunião. Vamos sentar.
Os guerrilheiros obedeceram. Sem Medo continuou:
Vamos voltar atrás e fazer uma emboscada. Os trabalhadores vão dizer que voltámos para o Congo e os tugas não esperarão encontrar-nos na estrada. Se os camaradas estiverem de acordo. Estão de acordo em aguentar mais um bocado e dar uma porrada valente no tuga? Os guerrilheiros, sem excepção, aprovaram entusiasticamente.
- Bem – disse Sem Medo -, então temos de deixar os trabalhadores ganharem um bom avanço.
Lutamos pôs-se à frente da coluna e esta lá seguiu, levando no meio um Ingratidão do Tuga desarmado, o que era um risco, pois o inimigo podia aparecer dum momento para o outro.
Às quatro horas, começou a chover. A água descia pela montanha, ensopava o solo. As botas tornaram-se dez vezes mais pesadas, com o peso da lama. Às cinco horas atingiram o alto da montanha, exaustos. Depois de curto descanso, principiaram a descida, embora mais rápida, era mais perigosa que a subida. Chegaram finalmente ao rio. Abriram os sacadores, onde tudo estava molhado, tiraram latas de leite beberam leite frio, pois não se poderia acender fogo com aquela chuvada. Choveu durante toda a noite. Alguns guerrilheiros conseguiram dormir. A maior parte, porém, não pregou olho. De madrugada, as feições encovadas demonstravam o cansaço de dias seguidos e sofrimento.
Avançaram sempre a corta mato. Ao alcançarem a estrada, ouviram duas explosões surdas, logo seguidas de uma outra: os