Resumo da História da Psicologia
Uma boa parte dos textos sobre história da psicologia aponta para uma origem remota, como se a psicologia pudesse encontrar nessa sua fundação no século XIX ecos de uma experiência e de uma curiosidade bem anteriores. É desta forma que podemos encontrar em trabalhos clássicos, como os de Otto Klemm (1933), Gardner Murphy (1960) e George Brett (1963) ou, principalmente, Edwin Boring (1979 [1950]), as trilhas da história da psicologia se cruzando com os caminhos de uma busca ancestral de conhecimento de si, confundindo-se com a própria história do saber ocidental. Como se, por um sutil insight, tivesse havido no século XIX a decisão de apropriar tais intuições ancestrais por um saber regulado e cientificamente disciplinado. Daí a clássica frase de Hermann Ebbinghaus: “A Psicologia tem um longo passado, mas uma curta história” (Vidal, 2000).
Contudo, uma outra forma de pensamento histórico aponta para o surgimento da psicologia a partir da irrupção de condições bem peculiares que teriam surgido de forma singular a partir do século XVI, e que confluiriam para a necessidade do conhecimento de si, da busca de uma natureza na individualidade e na interioridade humanas. Muito mais do que uma tomada de