Resumo crítico(síntese e hermenêutica) da alegoria da caverna- Platão

856 palavras 4 páginas
A alegoria da caverna, apresentada em forma de diálogo entre os personagens Glauco e Sócrates, utiliza-se de muitos símbolos. Uma forma de interpretá-los pode ser a seguinte: o sol como representação da verdade iluminadora que deve ser refletida e contemplada; as correntes como as imposições estabelecidas, provavelmente pelos mitos e religiões da época que buscavam explicar o mundo e seus fenômenos através de verdades inquestionáveis (ou, contextualizando, como as ideologias das classes dominantes, visando legitimar seu poder impondo suas ‘verdades’ a serem seguidas e adoradas); a caverna representa o mundo da ignorância; as sombras são as coisas materiais, sensoriais, o que é perceptível; o mundo exterior pode ser entendido como o mundo das ideias ou o que existe de fato, em realidade; o cativo liberto é, possivelmente, o filósofo e o instrumento de sua libertação, com o qual pretende também libertar os demais cativos, a dialética (lógica racional implícita na forma como Platão dispõe o diálogo); a ideia de mundo real, iluminado pelo sol da Verdade, pode ser entendida como a Filosofia; E, por fim, a revolta dos prisioneiros que zombam, espancam e matam o filósofo remete ao episódio vivenciado por Sócrates (hostilidade com que eram tratados os filósofos da época).
O mito apresentado por Platão visa ilustrar a busca e a contemplação da verdade através da ruptura com ideologias aprisionantes e com a forma acomodada do pensar. Incita o interlocutor a almejar o conhecimento para além da simples análise das ‘sombras projetadas’. Percebe-se, como um dos objetivos da obra, a conscientização de que alcançar o conhecimento é um processo doloroso. Para alcançá-lo, existem caminhos bem definidos, etapas sistemáticas, racionais e bem organizadas que implicam em esforços e sacrifícios e o rompimento definitivo com a inércia da ignorância.
Sabe-se que Platão buscava a essência das coisas para além das percepções dos sentidos. Ele faz uma clara distinção entre a realidade

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