Resumo - crise do fordismo
Nem todos eram atingidos pelos benefícios do fordismo, haviam sinais evidentes de insatisfação. A negociação fordista de salários, por instância, estava confinada a certos setores da economia e a certas nações-Estado. Os mercados de trabalho se dividiam entre monopolista e competitivo, o segundo muito mais diversificado e com poucos privilégios. As desigualdades resultantes produziram sérias tensões sociais e fortes movimentos sociais por parte dos excluídos – movimentos que giravam em torno da maneira pela qual a raça, o gênero e a origem étnica costumavam determinar quem tinha ou não acesso ao emprego privilegiado. Essas desigualdades eram particularmente difíceis de manter devido aumento das expectativas, alimentadas em parte pelos artifícios voltados à criação de necessidades e à produção de um novo tipo de sociedade de consumo. Sem o acesso privilegiado da produção em massa, amplos segmentos da força de trabalho também não tinham acesso às tão louvadas alegrias do consumo de massa. Se organizaram fortes contramovimentos de descontentamento com os supostos benefícios do fordismo.
As lutas trabalhistas não desapareceram, pois os sindicatos eram muitas vezes forcados a responder a insatisfações da base. Mas os sindicatos também se viram cada vez mais atacados a partir de fora, pelas minorias excluídas, pelas mulheres e pelos desprivilegiados. Os sindicatos foram reduzidos, diante da opinião pública, a grupos de interesse fragmentados que buscavam servir a si mesmos, e não a objetivos gerais.
Ao mesmo tempo, a legitimação do poder do Estado dependia cada vez mais da capacidade de levar os benefícios do fordismo a todos e de encontrar meios de oferecer assistência medica, habitação e serviços educacionais adequados em larga escala. A condição do fornecimento de bens coletivos, por sua vez, dependida da contínua aceleração da produtividade do trabalho no setor corporativo. Só assim o Estado keynesiano de bem-estar social