Resumo capítulos 1 a 4 de A Corrosão do Caráter
Capítulo 1 – Deriva O sistema de produção capitalista se modificou ao longo das décadas, aperfeiçoando-se de acordo com o desenvolvimento das práticas administrativas e com as mudanças do mercado. Uma das principais mudanças foi a progressiva diminuição do engessamento do mesmo: buscou-se flexibilizar os meios de produção, as formas de distribuição, as práticas empregatícias, os planos de carreira etc. Tal movimento repercutiu diretamente no ambiente de trabalho e nas relações entre os trabalhadores e entre estes e as empresas, tornando-as efêmeras e de pouca importância, sendo consideradas breves e fadadas a ruírem. Com as constantes mudanças de emprego, função, setor ou departamento, não há mais tempo hábil para que os funcionários criem laços afetivos ou de confiança entre si, quiçá com a empresa em que trabalham. A ideia de lealdade, seja para com quem for, foi substituída pela de oportunismo, na qual as situações nas quais um indivíduo se encontra devem ser aproveitadas e exploradas o máximo possível, sem grande preocupação para com o outro.
Mais importante é a relação entre o trabalho do indivíduo e sua vida pessoal. Como Geraldo Augusto Pinto deixou claro em seu livro As Relações de Trabalho no Séc. XX, o trabalho do indivíduo está cada vez mais entremeado em sua vida pessoal, com o trabalhador por muitas vezes tendo que exercer suas funções mesmo fora do ambiente de trabalho, estando todo o tempo a postos. Tal relação se dá de tal maneira que hábitos e práticas profissionais muitas vezes “vazam” para a vida pessoal, influenciando diretamente nas relações pessoais e no ambiente familiar. Assim, os mesmos efeitos que são sentidos nas relações no ambiente empresarial acabam por surgir em meio às relações entre parentes e amigos: não há confiabilidade, relações unilaterais, efêmeras, de pouca importância.
Por fim, o título do capítulo sintetiza muito bem a situação na qual os trabalhadores se encontram atualmente. Fazendo novamente