Resumo Capitulo "O Revólver" - Cultura de Massas do Sec XX - Neurose
Cultura de Massas no Século XX – Neurose
Uma moça e um revólver. A fórmula dos filmes hollywoodianos pode ser utilizada para explicar as principais temáticas da cultura de massas. Os valores “femininos”, tais como o amor, o erotismo, a felicidade, constituem a sua polaridade positiva, enquanto que os valores “viris”, representados através de temáticas homicidas e aventureiras, são vistos como a polaridade negativa desta cultura. Os temas amorosos se relacionam, portanto, ao campo da identificação, interferindo nas experiências vividas e os temas homicidas e de aventura ao campo da projeção. As produções cinematográficas, em geral, apresentam uma exuberância desatadora da vida. Enquanto que o cotidiano está submetido à lei, onde, os instintos e desejo são reprimidos, os medos, camuflados, a vida dos filmes e dos fatos variados, traz a lei como algo a ser enfrentado ou ignorado. Essa representação, onde os instintos se tornam violência e os medos transformam em angústia, não se configura apenas como uma intensificação da vida cotidiana, mas sim como outra vida, algo completamente inexistente no campo da realidade. A liberdade dos filmes é, portanto, imaginária. No universo realista da cultura de massa, ela não acontece fora da condição humana. Sua influencia se exerce através de situações supra, extra ou infra sociais – acima, fora, ou abaixo da lei social, respectivamente. Na esfera supra, estão os olimpianos, aqueles que estão acima da lei, pois escapam dos constrangimentos da vida cotidiana, isentos do trabalho e vivem na liberdade do lazer. A referência da liberdade extra é apresentada através das aventuras históricas ou exóticas, onde essa liberdade discute o grande conflito entre indivíduo e a lei. Por fim, a liberdade infra é aquela que acontece por baixo da lei, no “submundo” da sociedade, onde se encontram ladroes, vagabundos e gangsters. Esse submundo é um dos mais significativos para a cultura de massa, porque o homem