Resumo AMIB
Em 2011 a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) em parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) realizou a montagem de um manual de diretrizes para a manutenção de múltiplos órgãos no potencial doador, que tem como objetivo contribuir com as coordenações institucionais de transplantes, de forma a nortear e uniformizar os cuidados prestados ao doador falecido, buscando incrementar quantitativa e qualitativamente o transplante de órgãos com medidas aplicáveis à realidade brasileira.
O transplante de órgãos é, em muitos casos, a única alternativa terapêutica em pacientes portadores de insuficiência funcional terminal de diferentes órgãos essenciais. Nos últimos anos observa-se no Brasil e em outros países uma preocupante desproporção entre a demanda de órgãos para transplante e o número de transplantes efetivados. Verifica-se que muitos dos problemas de oferta estão associados a falhas nos processos de reconhecimento da morte encefálica, de abordagem familiar e de manutenção clínica do doador falecido. Embora pareçam óbvias, as medidas a serem tomadas para a manutenção adequada do doador falecido, não se observa em grande parte das unidades de terapia intensiva (UTI) brasileiras a devida valorização do problema, fato evidenciado pela ausência quase absoluta da sistematização do atendimento ao potencial doador de múltiplos órgãos. A padronização e a celeridade destes procedimentos estão claramente associadas ao aumento do número de órgãos transplantados, à diminuição de perda de doadores por colapso cardiovascular e ao aumento da sobrevida pós-transplante. Após a realização do diagnóstico de ME e obtenção do consentimento para a doação de órgãos, todos os esforços devem ser realizados para a efetivação do transplante o mais rápido possível. É comum ocorrer a perda de doadores falecidos nos momentos