resumo: abertura, internacionalização e reestruturação industrial
Um das consequências naturais do processo de abertura foi uma forte substituição de produção interna por importações, o que resultou num impacto negativo sobre a balança comercial, e passou a comprometer a sustentabilidade do crescimento.
Ao contrário de Gonçalves, citado anteriormente, há quem defenda a abertura do jeito que ela se deu. Segundo Mendonça de Barros & Goldenstein, vêem o surgimento de condições favoráveis para a retomada do crescimento crescimento sustentado. A ampliação do mercado doméstico promovida pela abertura estaria induzindo investimentos capazes de impulsionar novo ciclo de crescimento. Assim, a intensificação da internacionalização produtiva tornou-se uma dimensão importante da remoção dos obstáculos ao crescimento sustentado. Para eles, é preciso levar em conta que ocorreram mudanças estruturais capazes de alterar a tendência negativa sobre a balança comercial. Além disso, uma das vantagens dessas transformações foi a criação de crédito de longo prazo fora da órbita governamental.
Coutinho & Ferraz (1993) lembram que, nos anos 90, o Estado brasileiro se encontrava semidestruído, exaurido financeiramente, fragmentado e infestado por interesses particulares, tal qual descrito pelo professor Fiori. Nesse sentido, a reconstrução do Estado, em novas bases, com a recuperação de sua capacidade ordenadora, constitui condição essencial para sustentar o desenvolvimento competitivo. Lembram ainda que não se trata de reconstruir o velho estilo de política de substituição de importações, mas delimitar claramente o novo papel do Estado e de dotá-lo da orientação e dos meios adequados para que se possam enfrentar os novos desafios. Trata-se, também, de induzir os agentes privados, empresários e trabalhadores, a adotar comportamentos inovadores e cooperativos, essenciais ao fortalecimento da competitividade. Regulação, planejamento e a coordenação são as novas tarefas, que formam a