A pesquisa realizada nos anos de 1996 e 1998 nos serviços municipais de saúde de Salvador, e que tem como objetivo discutir acerca da inovação gerencial na administração pública, na perspectiva institucional, aponta dados que são capazes de demonstrar o entendimento de muitas pessoas a respeito de cidadania e direitos sociais, bem como ampliar a visão desses usuários entrevistados a respeito do assunto. A entrevista tinha como base o Programa de Qualidade Total (PQT) e considerava os graus de implantação do programa em I, II e III, do mínimo ao máximo, respectivamente. A entrevista contemplava uma série de indagações aos usuários. Vale ressaltar que, muitas vezes, houve o registro de “não sabe/ não responde”, o que é um dado relevante a se considerar, já que, muitas vezes, foi essa a resposta que liderou durante a entrevista. No primeiro momento, os usuários (1996) foram indagados quanto à concepção de cidadania relacionada a vários aspectos; observou-se que a grande maioria que não soube/não quis responder estava situada na unidade de grau II de implantação do programa. Em seguida, um número considerável de pessoas (34,3%), do grau III, considerava cidadania como qualidades pessoais positivas. Entrevistados do grau I tiveram o maior percentual em considerar cidadania como “autonomia e riqueza”, e “direitos e deveres ante outros, Estado e sociedade. Ainda no grau I, estava situada a maior parte daqueles que consideravam cidadania outra coisa não citada na entrevista. Pôde-se constatar, nessa primeira parte da entrevista, que a implantação do PQT serviu, entre outras coisas, para fortalecer a visão coletivista de cidadania, como conjunto de direitos e deveres ante outros, Estado e sociedade, mesmo em unidades de mínimo impacto do programa. O mesmo questionário feito (1998) apresentou algumas mudanças. Nesta etapa, um número bastante significativo de entrevistados, situados no grau III de implantação do PQT consideravam cidadania um conjunto de direitos e