Resulmo do livro jerusalem Gonçalo M Tavares
2385 palavras
10 páginas
Gonçalo M. TavaresPor Maria João Cantinho Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970. Foi bolseiro do Ministério da Cultura – IPLB com uma bolsa de Criação Literária para o ano 2000, na área da poesia. Em Dezembro de 2001 publicou a sua primeira obra : Livro da dança, na Assírio e Alvim. Recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do Jornal Expresso com a obra O Senhor Valéry (editorial Caminho, 2002) e o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com Investigações. Novalis (Difel). Publicou, ainda O Homem ou é tonto ou é mulher e A Colher de Samuel Beckett e outros textos. Em 2003 surge O Senhor Henri e Um Homem: Klaus Klump, sob a chancela da editora Caminho.
Em Um Homem: Klaus Klump, o primeiro de uma série de “livros pretos”, o autor narra, de uma forma expurgada e quase abstracta, a situação de uma série de personagens num contexto germânico de guerra. Trata-se de uma obra violenta, onde os vários acontecimentos se vão entretecendo com máximas e aforismos, culminando uma reflexão desencantada sobre os princípios e leis da natureza humana e animal.
Traduzido e incluído em várias antologias estrangeiras de poesia, Gonçalo M. Tavares tem vindo a revelar-se como um dos talentos mais fecundos e sólidos, na actual literatura portuguesa.
Nota: Em colaboração com a revista OS MEUS LIVROS, Lisboa, Portugal. Leia, também, a recensão de " Um homem: Kaus Klump" na secção de LIVROS
Maria João Cantinho– Este é o primeiro de uma série de “livros pretos”. Porquê? Será uma nova fase da sua obra?
Gonçalo M.Tavares - Os livros pretos designam o início de uma espécie de seriedade desencantada que aparece já no livro “Um homem: Klaus Klump”. Como alguns dos livros anteriores passavam por um certo pendor lúdico pareceu-me relevante assinalar – também na cor – esta diferença. Julgo que entre as várias funções de um escritor estão o encantar e o desencantar. O encantar tem a ver com a construção de determinados mundos