Responsabilidade Social
Por trás do discurso socialmente responsável da siderurgia mineira
Marcelo Aureliano Monteiro de Andradea,*, Marlusa Goslingb, Wescley Silva Xavierc
*abbigbh@yahoo.com.br, UFMG, Brasil b marlusa@ufmg.br, UFMG, Brasil c wescleysxavier@yahoo.com.br, UFMG, Brasil a, Resumo
A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é um tema relevante e recentemente tem estimulado vários debates científicos, enfocando as vantagens que apresenta aos negócios em geral e à sociedade. Num esforço para explorar processos organizacionais de RSC, o principal objetivo do presente estudo é analisar o balanço social de empresas brasileiras. O framework da análise embasa-se no conteúdo publicado do instrumento (balanço social) ao longo de de 2 anos. As unidades de análise são duas grandes empresas do setor siderúrgico de Minas Gerais. Usamos análise de conteúdo e de fotografias (BAUER, 2004; BARDIN, 2004) para atingir os objetivos da pesquisa. Para dar suporte à análise de conteúdo, usamos a pirâmide de Carroll (1991) como abordagem teórica. Os resultados mostram que apesar do discurso das empresas focar-se principalmente em razões éticas para investir em RSC, a motivação real é reforço da marca e do posicionamento corporativo.
Palavras-chave
Responsabilidade social. Balanço social. Sustentabilidade. Global Reporting Initiative – GRI.
1. A responsabilidade social corporativa
(RSC) e a pirâmide da responsabilidade social de Carroll (1991)
O que se entende hoje por Responsabilidade
Social Corporativa, de acordo com Tenório (2006), é uma construção que vem desde o início do período capitalista, no século XVIII, quando se imaginava, a partir da obra de autores liberais como Adam Smith, que a função das empresas era apenas a geração de ganhos para seus donos ou acionistas. Acreditava-se que assim aconteceria a livre concorrência entre organizações e que esse era o mecanismo