Responsabilidade social: um conceito em busca de definição.
O tema da função da empresa na economia capitalista alimenta polêmicas desde a revolução industrial.
Nos países de economia avançada na Europa e na America do Norte, tais problemas não se agudizaram tanto quanto nos países pobres, em virtude de uma conjunção de fatores. Um deles foi à estruturação de um estado do bem-estar social razoável eficiente, que assegurava condições básicas de subsistência aos grupos marginalizados ou aqueles precariamente inseridos nas relações produtivas. Mas, antes disso, havia um pressuposto óbvio: nas conjunturas econômicas fortes, nas quais havia pleno emprego ou, pelo menos, a oferta mais ampla de oportunidades de inserção no mercado de trabalho, reduziam-se as possibilidades de exclusão social.
O pagamento de salários justos acionária uma dinâmica a harmoniosa de crescimento de mercado e de incremento da renda nacional. A arrecadação de tributos justos asseguraria a distribuição equânime dos recursos e as condições necessárias para a vida social. E, finalmente, a reinvenção do capital multiplicado, no próprio negócio ou em novos negócios , criaria a mágica do equilíbrio econômico e da justiça social.
Contudo, esse quadro nunca se tornou real. Ao contrario, mesmo nas economias mais equilibradas observa-se que a intensidade e a velocidade com que o capital se acumula e se reproduz provocam o aumento da distancias sociais, reforçam as injustiças distributivas, proporcionam movimentos monopolistas e de cartelização que deformam as relações entre atores sociais, originalmente pensados como semelhantes em força e poder.
Já na primeira metade do século XX, essas constatações alimentaram os argumentos de correntes de pensamentos que buscavam ampliar o papel da empresa em suas relações com o ambiente social. Sustentados pó ruma visão sistêmica das organizações, tais argumentos resaltavam aprofunda interação delas com o sistema social em que estavam inseridas,