RESPONSABILIDADE SOCIAL: NOVO ETHOS DO DISCURSO EMPRESARIAL
Com base na discussão e análise do processo de reestruturação produtiva e suas determinações econômicas, sóciopolíticas, culturais, enquanto momentos de reorganização do processo de acumulação do capital, este trabalho trata das configurações que as novas formas de gestão da força de trabalho assumem nas empresas, enfatizando os novos valores e cultura do trabalho forjados nesse processo. Os contornos destas novas formas de gestão estão expressos nas políticas de recursos humanos, voltadas para a integração dos trabalhadores às novas exigências de qualidade e produtividade.
Nesse contexto, em que se colocam em voga conceitos como empregabilidade, qualidade total, gestão participativa, reengenharia organizacional, planejamento estratégico e qualidade de vida, se difunde amplamente a idéia da responsabilidade social empresarial como articuladora de uma forma de intervenção não-estatal na esfera das ações sociais, consolidando a figura solidarista e comunitarista da empresa-cidadã.
Esse conjunto de mudanças incide sobre a prática profissional dos assistentes sociais levando-os, dentro ou fora da empresa, a redimensionarem sua qualificação técnica na perspectiva de atender às exigências postas por este mercado de trabalho em particular.
As novas formas de gestão empresarial
O processo de reestruturação nas empresas a partir dos anos 90 implicou na redefinição das suas estratégias de competitividade, gerando transformações na organização da produção, do processo de trabalho e nos modelos de gestão.
As estratégias adotadas no processo de reestruturação - em que se incluem os programas de qualidade total e as políticas de recursos humanos - têm como pressuposto a geração de um comportamento produtivo, pautado no envolvimento do trabalhador com os objetivos da empresa.
As mudanças efetuadas nos meios de consumo, modos de controle e mecanismos de reprodução material da força de trabalho, nesse