RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
CAUSA!?
Por: Gianna Maria de Paula Soares
RESUMO
As organizações assumem uma postura socialmente responsável em relação às injustiças sociais e à degradação da natureza. Mas por outro lado, estudos nos mostram que a leitura atenta dos discursos organizacionais revela palavras sequer pronunciadas e de que existem contradições entre o que os membros das organizações assumem como sendo ética, moral e democracia e o que efetivamente é praticado no ambiente organizacional.
INTRODUÇÃO
A responsabilidade social corporativa caracteriza-se fundamentalmente por uma proposta de retomada das questões éticas tanto dentro das organizações como no seu relacionamento com o público externo, qual seja, consumidores, clientes, fornecedores, Governo e acionistas, os chamados stakeholders.
As organizações, a partir de uma postura dita socialmente responsável, vêm empreendendo ações sociais que vão desde a tradicional filantropia até parcerias com o terceiro setor, e incluem programas de voluntariado empresarial e de proteção ao meio-ambiente, além da instituição de códigos de ética que visam regulamentar a conduta de seus membros.
Observamos que por trás do discurso cobertura, que deixa transparecer apenas as boas intenções e as motivações socialmente admissíveis para esse novo paradigma organizacional, existem outras razões que levam as organizações a aderirem ao movimento pelo social, razões essas que nem sempre são assumidas publicamente e, em sua maioria, não são questionadas pelo mundo acadêmico.
É preciso, primeiramente, esclarecer que o presente artigo se propõe a discutir não as ações sociais em seu caráter individual, mas sim a totalidade das ações que se encontram sob o leque da responsabilidade social corporativa, de forma que se possa identificar as contradições e as outras motivações envolvidas no movimento da responsabilidade social corporativa, e questionar a capacidade e o interesse efetivos das