Resenhas
Marcílio Marques Moreira
A distância que já há tempos vem afastando ética da economia é empobrecedora desses pilares básicos da boa convivência humana. contraste, a
inter-relação entre eles, isto é
Em
interdisciplinaridade ou
transversalidade, é fértil e mutuamente enriquecedora.
Tanto na percepção, quanto na realidade, o divórcio entre ética e economia, disciplinas que chegam a se estranhar e mesmo a se repelir também se manifesta entre ética e política.
Apropria-se, portanto, procurar atravessar as pontes que, infelizmente ainda para muitos separam ética, economia e política e em conseqüência enfatizar a relevância que a ética pública necessariamente tem de ocupar na vida de uma instituição
financeira
com
as
características
do
Banco
de
Desenvolvimento Econômico e Social.
Um dos pensadores sociais modernos que se tem debruçado com mais empenho sobre a relação entre ética e economia e que tem empreendido inclusive ao conceber o índice de desenvolvimento humano - os esforços mais bem sucedidos para superar-Ihes a distância, é o professor Amartya
Sen, agraciado, em 1998, com o prêmio Nobel em Economia.
Publicara, em 1987, a obra que se tornaria um clássico no gênero - Sobre
Ética e Economia.
Retoma e reelabora o tema em inúmeros livros
posteriores, entre os quais o percuciente Desenvolvimento como Liberdade, de 1999.1
Amartya Sen, Sobre Ética e Política, trad. Laura Teixeira Morta (São Paulo: Companhia das Letras,
1999) e Development as Freedom (Oxford: Oxford University Press, 1999).
I
Na abertura do livro de 1987, Sen lembra que a economia como ciência surgiu das reflexões e escritos de Aristóteles, "como um ramo da ética" e que o próprio "pai da economia moderna", Adam Smith, foi professor de Filosofia
Moral na Universidade de Glasgow.2
Como expressou Maquiavel, na Primeira Década de Tito Lívio, "como os bons costumes, para