RESENHA
Fazer Universidade: Uma proposta metodológica
Cipriano Carlos Luckesi
No segundo capítulo do livro Fazer Universidade: Uma proposta metodológica, escrito por Cipriano Carlos Luckesi (et al), professor de filosofia, publicado pela editora Cortez em 2000, os autores estabelecem relações claras entre papel da universidade o conhecimento e os meios para obtê-los. Inicialmente, é constatado que na Antiguidade Clássica já existiam escolas tidas como de alto nível, onde os discípulos se reuniam em torno de um mestre, cujo conhecimento era transmitido, entre os séculos XI E XV nasce propriamente a Universidade, onde a unificação do ensino superior era a Igreja Católica responsável, a qual gerava dogmatismo e imposição de verdades, e grande parte do trabalho intelectual gravitava em torno da fé, religião e estudos filosóficos, sempre sob vigilância de um professor. Então no século XVI inicia a Idade Moderna, onde uma rebelião burguesa contra a ordem medieval, resulta no desenvolvimento de uma mentalidade individualista e o desenvolvimento da ciência, mas esse conceito de Universidade torna-se inconsistente com a realidade, não acompanhando o espírito da Renascença e da Reforma, sendo que, se as teses cátedras fossem contestadas, haveriam penas de acordo com a gravidade, tais como, fogueira, prisão, afastamento das funções, excomunhão etc...No século XVIII, surge o movimento iluminista, onde os enciclopedistas questionam o tipo de saber estribado nas summas medievais. No século XIX com a nascente industrialização, nasce a Universidade Napoleônica, com caráter profissionalizante, surgindo também uma mentalidade endereçada para a pesquisa científica, tentando retomar a liderança do pensamento para se tornar um centro de pesquisa sempre em busca pela livre autonomia universitária, como questionar, investigar e propor soluções para problemas levantados pela atividade humana. Até 1808 os brasileiros faziam seus estudos superiores na Europa, pois Portugal não