Resenha

Resenha
PARELMAN, Chaim; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da Argumentação – A Nova Retórica. Trad. Maria E. G. G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1966.

O livro de Chaïm Parelman e Lucie Olbrechts-Tyteca, intitulado “Tratado da Argumentação. A Nova Retórica”, que tem como tema principal a argumentação e está vinculado à tradição da retórica e da dialética gregas, consequentemente uma ruptura com uma concepção de razão e raciocínio, oriunda de Descartes, que marcou com seu cunho a filosofia ocidental dos três últimos séculos1, uma vez que o “saber persuadir e convencer” fora menos menosprezado depois de Descartes, pelos teóricos do conhecimento.
De acordo com os autores “Nosso tratado só versará sobre recursos discursivos para se obter adesão dos espíritos: apenas a técnica que utiliza a linguagem para persuadir e para convencer será examinada a seguir.”2
Tendo em vista a obra analisada, os autores propõem diversas técnicas, as quais são utilizadas pelos oradores para persuadir seu auditório e para introduzir novos saberes, de modo a aumentar significativamente o conhecimento relacionado ao discurso argumentativo. Além disso, o tratado apresentado pelos autores demonstra o comportamento e o condicionamento do auditório mediante o discurso. “Tratado da Argumentação. A Nova Retórica” é uma obra composta por três partes: a primeira denomina-se “Os Âmbitos da Argumentação”; a segunda chama-se “O Ponto de Partida da Argumentação” e compõe-se de três capítulos; a terceira intitula-se “As Técnicas Argumentativas” e é composta por cinco capítulos. Neste presente trabalho, o foco estabelecer-se-á na terceira pare do livro, mas especificamente no capítulo 1.

O primeiro capítulo tem como tema principal os argumentos quase-lógicos que são aqueles que visam certa forma de convicção na medida em que se apresentam como comparáveis a raciocínios formais, lógicos ou matemáticos. Os argumentos quase-lógicos tiram sua força de persuasão a partir da aproximação com os modos