Resenha
Enquanto a trama se desenrola, Reeves vai se tornando cada vez mais íntimo do chefe da empresa em que trabalha, e este, Al Pacino, vai tecendo uma teia em que Reeves se enreda sem nem perceber. Ele vai dando lições a respeito da vida em Nova Iorque, sobre a moral dos advogados e sobre o modo de agir.
Através de um intrincado jogo de descobertas, o filme vai aos poucos nos revelando a verdadeira identidade de Pacino: tratava-se, de fato, do Diabo.
No decorrer de todo o filme fica marcada a presença do livre arbítrio. As escolhas são dadas exatamente assim: como opção. No embate final, Reeves diz a Pacino que este o manipulou. Ele responde: "eu não manipulo ninguém. Eu só crio as oportunidades". Cria as oportunidades e permite que a vontade individual aja. Com efeito, só podemos errar porque somos livres – livres para escolher entre fazer a vontade do outro ou seguir a nossa própria. Nossas vontades, sem as quais não seríamos responsáveis pelas conseqüências de nossos atos. Veja-se, por exemplo, a cena em que uma das servas do diabo vira-se para Reeves e diz: "você tem muita culpa e dor nesses olhos. Ele vai tirar a culpa de você". Se ele fosse totalmente manipulado e perdesse o direito ao livre arbítrio não teria mais culpa, pois não seria responsável pelo que lhe ocorresse ou pelo que fizesse.
No epílogo, Reeves consegue fugir do diabo ao se matar e lhe é dada uma segunda chance: o tempo volta ao julgamento inicial, onde pela primeira vez ele decidiu conscientemente pelo mal. Mais uma vez ele pode escolher se vai