Resenha
O artigo intitulado “Analfabetos voluntários” do autor J.R. Guzzo, publicado na Revista Veja traz um importante tema sobre a problemática da falta de leitura no mundo atual, observada pelo jornalista como um fato grave tão quanto quem não sabe ler, nem escrever. O jornalista caracteriza o analfabeto voluntário como aquele que teve todos os meios necessários para aprender a ler, pode possuir um cargo de muita relevância, ser famoso, utilizar vários aplicativos no celular, ter vários amigos nas redes sociais; mas mesmo assim, com todos esses determinantes, esse indivíduo, não faz uma leitura de um livro, ou frases que contenham mais de 140 caracteres (típico do mundo virtual) e não escreve também textos mais longos e críticos tornando-se, assim, vítima do analfabetismo. A tecnologia é apontada como uma facilitadora do acesso à informação, porém isso não fez as pessoas lerem mais ou ter a comunicação avançada. O autor lamenta a falta de interesse da grande maioria pela leitura. Esse desinteresse vem como uma das consequências da fugacidade dos tempos pós-modernos, em que a economia ortográfica nas redes sociais, por exemplo, tornou-se um fato recorrente. Quando textos mais longos e relevantes são publicados, é difícil os usuários lerem, pois esse hábito tornou-se chato e obsoleto, como retratado pelo jornalista na constatação da pergunta-chave moderna: “Ler para quê?”. As informações hoje são instantâneas, o google tornou-se a ferramenta de propagação das notícias. Lê-se o título e a partir daí acredita-se que já está de bom tamanho. Para quê se aprofundar no texto? É dessa forma que a leitura tem sido tratada, de forma rasa, reflexo da superficialidade humana atual (fato esse que merece outra análise). É preocupante tal situação, pois a falta de engajamento, de curiosidade leva a pobreza de criatividade e inovação. O pensar crítico está cada vez mais ausente, pois é na leitura que podemos encontrar os mediadores para embasarmos nossas