Fernand Braudel, historiador francês formado pela Faculté des Lettres de Paris, um dos nomes mais importantes da segunda geração da Escola dos Annales, lecionou por dez anos na Argélia e na Universidade de São Paulo. Sua obra de maior repercussão, “O Mediterrâneo e Felipe II” que só foi concluída enquanto estava exilado como prisioneiro durante a Segunda Guerra Mundial. Contou com a ajuda de Lucien Febvre para a sua publicação. Dentre sua vasta obra, essa produção abordará as ideias centrais do texto “A Dinâmica do Capitalismo”. O autor nos insere no contexto da História Ocidental, considerada por alguns pontos de vista, a história inteira dos homens, dos grandes acontecimentos, grandes adversidades que configuram uma historia que evolui estruturalmente em longo prazo, e diante da problemática de organizar o que se foi somado ao longo do tempo, Braudel nos apresenta então o estudo de realidades antagônicas, de equilíbrio e desequilíbrio que prefiguram o cenário do mundo atual. Partindo da análise da vida cotidiana, que para o autor compõe a metade da vida ativa humana e onde o mesmo acredita que acabamos aprisionados, surge então a teoria da “vida material”, que gera um jogo de equilíbrio demográfico, fluxos e refluxos configurado pelo aumento populacional e que como contraponto, a fim de estabelecer equilíbrio existem escassez, fome, duras condições de vida, guerras e doenças. O texto nos apresenta importantes fluxos da história que não configuram a composição da historiografia tradicional, ou seja, a introdução se seres vivos , pessoas que comam, bebam, adoeçam e quais foram as invenções que fizeram em prol de melhorias na qualidade de vida, descreve as diferentes formas de lavoura ,o tempo livre do camponês, quando originou as corveias camponesas e os monumentos ameríndios. As rações e as calorias que cada alimento contém, além das drogas antigas como o álcool e o tabaco. O autor anuncia que são fontes interessantes de estudo para nos ajudar a compreender