RESENHA

No segundo capítulo do livro, o autor inicia associando Direito à “experiência histórica”, e experiência histórica a uma trama, destacando que nesta, o Direito está bem inserido social, econômica e politicamente. Vejo que para ele, o Direito não é apenas mais uma folha seca soprada sobre uma paisagem histórica, mas sim, um elemento fundamental, e que através de manifestações nos mais diversos tempos e espaços que serão interpretadas e aplicadas, tornando-se um concreto tecido histórico. Gênese e aplicação são momentos que não se separam de um processo unitário, uma verdade quase redundante de tão evidente. É devido à compreensão de tempo e espaço, que se tem a visão ampliada para a obtenção da construção do futuro. Entendo que o Direito Romano possui grande mérito, pois, ainda que não tenha dado conta de um desenvolvimento complexo e variadíssimo do século V a.C. à VI d.C., atribui ao mundo romano o privilégio a construção da mais marcante civilização jurídica da história ocidental, além disso, enquanto na cultura grega destaca-se o mérito de ter apresentado ao homem uma consciência filosófica(principalmente através de Platão e Aristóteles), ou o ‘’ler o mundo através de termos matemáticos’’ com Euclides, à cultura romana é incontestável o mérito de olhado para o mundo socioeconômico-político em termos jurídicos, o que, a partir de então, tornou-se possível estabilizar questões sociais e econômicas, e é nesse momento que surge a figura do jurista, tornando-se possível, ao lado dos pensamentos filosófico e matemático, falar legitimamente de um autêntico pensamento jurídico. O Direito medieval, devido a influências religiosas que predominavam esse período, foi ‘’ofuscado’’, e para que esse quadro mudasse, foi necessário que se duvidasse de acusações históricas indiscutíveis e ao mesmo tempo ocultas, o que resultou em um enriquecimento na consciência histórico-jurídica, que outrora tinha sido ignorada equivalente a mil anos de experiência.
A primeira