Resenha

Diferente de qualquer outro livro que já tenha lido, o autor Rubem Alves começa sua obra intitulada de “Conversas com quem gosta de ensinar” de uma diferente, livre da maneira formal de se escrever, contundo não menos importante.
Ao meu ver Alves se preocupa em adaptar a obra ao título, ou vice e versa, e assim, nos convida a uma conversa sobre a educação, não se limitando a uma conversa a dois, mas chamando diversos autores e pensadores para esse bate papo e nos levando a reflexão de cada linha lida.
Falar de ensinar é algo reflexivo, pois nos leva a refletir sobre esse tema e os demais elementos que o compõe, passando entre outros pontos, pela diferenciação que Rubem Alves nos apresenta entre o educador e o professor, um personagem que para muitos não há diferença, mas que em nenhum momento pode ser confundido.
Em sua descrição sobre educadores e professores, o autor relata que o educador é um vocação, na qual dedica sua vida a ensinar, pois ama o que faz. Por sua vez, o professor é visto como mera profissão, que qualquer um, mesmo que não tenha a formação pode ser, como que vemos em várias escolas onde profissionais das mais diversas áreas ocupam esse cargo sem o devido preparo ou vocação para o serviço.
De maneira inteligente e criativa, Rubem Alves compara educadores e professores a jequitibás e eucaliptos, respectivamente, ressaltando que ambos não devem nunca serem confundidos, ou ainda, tidos como um ser único por serem árvores. Ele revela que cada árvore revela um habitat próprio, específico. Essa comparação intitula o primeiro capítula de sua obra.
Aos educadores ele atribui a figura do jequitibá, árvore que muitos acreditavam ter alma própria. Árvores velhas, mas não no sentido de ultrapassadas, mas de que possuem muito a contar. Por sua vez, compara os professores a eucaliptos, árvores plantadas com uma finalidade de produção, que crescem aos montes e se comportam todas da mesma forma.
Torna-se nítida a importância da vocação na arte de ensinar.