resenha

Para amantes da música clássica, em particular, as composições de Wolfgang Amadeus Mozart, é um filme muito bom.
‘Amadeus’ é um drama biográfico sobre o relacionamento entre os compositores da corte austríaca, Mozart e Antonio Salieri. Como trata-se duma obra de ficção, é natural que algumas particularidades não correspondam à realidade histórica, mas no todo o enredo é interessante.
O filme explora um traço de personalidade humana que eu classificaria entre os mais sórdidos: A inveja. Como compositor oficial da Corte, Antonio Salieri não consegue aceitar a constatação de que havia alguém de talento incomparável: o versátil gênio precoce, Mozart.
Tamanha frustração o arrebata, a ponto de Salieri se tornar amargurado pelo sofrimento que o abate ante o talento de Mozart. A inveja chega a níveis tão altos que Saliéri dedica-se com todas as suas forças a criar obstáculos ao sucesso do compositor que ele próprio reconhece como infinitamente superior. Até que ponto tal sentimento pode ir e afetar o equilíbrio emocional do invejoso é uma questão muito bem colocada no filme.
O desfecho leva-nos a inevitáveis reflexões. Não raras vezes pessoas talentosas tornam-se alvos de perseguição, críticas injustas e sabotagens, com o mesmo fundo comum: inveja, este sentimento mesquinho que ignora a percepção de que algumas vezes inveja-se o nada. Toda e qualquer pessoa possui suas próprias fragilidades, mesmo os maiores gênios as tem. Destacar-se por alguma habilidade nata não são passaporte para a realização pessoal. Nessa linha de raciocínio, uma admiração sincera é salutar ao passo que cobiçar o espaço de outrem é doentio, para o prejuízo de todos os envolvidos.
Amadeus, de posse do melhor da música, é um drama por demais, comovente.
Mozart, um dos maiores compositores de ópera aparece no filme na mais simples faceta de sua personalidade, em sua excentricidade, espontaneidade e criatividade. Salieri, um também famoso compositor de óperas, desde o início aparece como um