Resenha
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.078/297
Autor: Nathália Paschoalini
Partindo de uma análise histórica desde o final do século XIX até a contemporaneidade, Simone Barbosa Villa trata, em seu texto “Mercado Imobiliário e Edifícios de Apartamentos: produção do espaço habitável no século XX” (PORTAL VITRUVIUS, ARQUITEXTOS 078 e 390, Romano Guerra Editora Ltda, São Paulo, Novembro de 2006) do processo de introdução e estabelecimento dos edifícios na cidade de São Paulo, bem como da sua relação direta com o mercado imobiliário.
O modelo de unidade habitacional verticalizada começa a ser lançado na capital paulistana em meio à fase de transição cidade colonial – ‘cidade de tijolos’ no período pós 1900, surgindo, no entanto como edifícios comerciais na região central da cidade não mais entendida como área residencial, e como moradia para as classes menos abastadas, uma vez que a elite brasileira apresentava certo preconceito em relação a essa forma de morar. O surgimento dos bairros operários e as constantes transformações urbanísticas com base nos modelos europeus, especialmente o francês, impulsionaram o mercado imobiliário, que passou a ver nos edifícios de apartamento motivo de grande lucro. A partir dai os especuladores e incorporadores começaram a investir nessa nova forma de morar. Em geral os projetos para os edifícios de apartamentos acabaram por seguir um certo padrão nessa primeira etapa do processo, apresentando um programa que era a versão reduzida dos palacetes coloniais e em alguns casos se percebia a tentativa de propor ideias modernistas, mas mantendo essencialmente a setorização íntimo, social e serviços. Porém, entre as décadas de 1920 e 1930 percebeu-se a necessidade de se adaptar os programas dos apartamentos a novas realidades sociais, tais como famílias reduzidas e até mesmo