Resenha
Lucíola Licinio de C. P. Santos é pedagoga. Professora da faculdade de educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A autora esclarece a importância do currículo, pondo em destaque discussões que envolvem sua construção. Durante anos os alunos menos favorecidos foram tidos como “motivo” da decadência escolar, tudo devido as suas dificuldades em aprender o que a escola ensinava. Mas por volta do fim dos anos 60, um grupo de acadêmicos ingleses do campo da sociologia decidiu direcionar seus estudos para a questão do conhecimento escolar, e perante o fracasso das crianças desfavorecidas economicamente, questionaram-se, se grande parte das crianças não estão aprendendo, será que não é a escola que está ensinando errado? Tirando a “culpa” da família pelo fracasso. Porém, não parou por aí, surgiram outras questões que inquietaram a comunidade acadêmica e levaram os professores a se questionar sobre o que estão ensinando. Nos anos 70, tal discussão ganhou ainda mais destaque depois que intelectuais ingleses, americanos e de outros países mostraram que os conteúdos curriculares passados eram de grande interesse de uma pequena elite, que tinha do seu ponto de vista, uma ideologia dominadora. Um exemplo de tal dominação e a manipulação com a disciplina de História, onde ao relatar alguns fatos, não se falava das lutas de classes populares, não dando a sua devida importância histórica. Como resultado, os professores novamente se questionaram, agora se não estariam desvalorizando a cultura das camadas populares em suas aulas. Neste contexto, surgiram os que aprovam um ensino às camadas populares com acesso ao conhecimento científico, a literatura, e a uma produção cultural de alto prestígio social, ou seja, acesso ao conhecimento sistematizado; posição denominada universalista, pois