Play Time – Jacques Tati Os filmes de Tati, sempre fazem criticas sobre como a tecnologia, as máquinas dominam a sociedade, de como nos acomodamos em ser iguais e termos tudo igual, fazendo com que nos sintamos melhor que outros, esquecendo-nos do que realmente nos faria “sentir bem”. Assim como no filme Meu Tio, o personagem principal, Sr. Hulot, mesmo no meio de tanto avanço tecnológico, continua não conseguindo se render ao que a sociedade impõe, deixando em evidência o seu lado desajeitado e cômico. Tudo começa quando turistas americanas resolvem fazer uma viagem organizada e quando chegam a Paris, se deparam com analogias ou imitações de alguns pontos que já haviam visto em outras capitais. Se percebe no filme, que a sociedade vive de forma única, os carros iguais, de mesma cor, as roupas parecidas, como se todos estivessem uniformizados, e o que é moderno, mesmo tendo como característica o vidro, o aço, que refletem facilmente tudo no entorno, desvalorize o antigo, chamando mais atenção para as imensas construções do que ao deslumbre das obras antigas. Hulot, por não conseguir se adaptar a tudo isso, acaba encarando essa modernização como um obstáculo, já que é um homem de negócios. Porém, com esse avanço, são muitos os que se sentem como Hulot, com tantas máquinas e/ou maquinários é preciso saber usá-los, caso contrário tudo se torna uma tortura. Tati faz uma crítica não só à sociedade modernista e sim à Arquitetura Moderna também, fazendo com que repensemos se o que é imposto é realmente relevante. É como se a todo tempo, uma fábrica estivesse em funcionamento, onde somos os operários e toda a tecnologia, obviamente, as máquinas, onde todos têm as mesmas funções, só interesses, ideais, intenções diferentes. Com toda essa praticidade, nos sentimos tentados à nos render a tudo que é imposto na sociedade, porém, nos tornamos dependentes e cômodos a todo esse avanço.