Resenha
Gregório passou a encher Salvador de poemas satíricos criticando autoridades, sendo a voz do povo. Todos temiam seus poemas –mesmo que em pequenos trechos-, pois se tornavam escândalos. Isso lhe levou a um exílio em 1694 para a Angola. Conseguiu voltar no ano seguinte.
Tomás de Antônio Gonzaga teve uma vida parecida com a de Gregório de Matos. Estudaram no mesmo lugar e na corte ocuparam cargos públicos. Foram nomeados para cargos importantes no Brasil e sofreram exílio para a África. Ambos escreveram poemas satíricos que incomodaram a muitos.
Gregório de Matos não se importava com quem dirigia seus poemas. Gonzaga sim. Tinha pontaria certeira, visando autoridades como o governador Luís da Cunha. Gonzaga possuía uma mentalidade burguesa, preocupada com o enriquecimento. Nas Cartas chilenas a crítica é dirigida a determinado grupo que visava a disputa do menor poder local.
Os reinóis tinham que adaptar-se à vida na colônia americana, com estilo diferente do da Metrópole. Ainda que o monitoramento da Metrópole existisse na colônia para vigiar e puir, o controle total era impossível. Uma nova cultura na nova terra dava novo sentido e direção aos modelos tradicionais.
Não se podia agir, sentir e pensar no Brasil como em Portugal. No entanto, o rei e a lei eram o mesmo para ambos. Era natural a colônia copiar a Metrópole.
As instituições e as convenções tiveram de adaptar-se, pois estavam aqui transplantadas a outro jeito de ser e de viver.