Resenha

Li Amor de perdição pela primeira vez quando estava na faculdade, cursando Letras, a "pedido" da minha professora de Literatura Portuguesa. As primeiras páginas do livro não me encantaram, mas, depois, fiquei completamente envolvida pelo livro, embora a intensidade do amor entre os personagens seja tão grande que parece até absurda, o que se justifica, tendo em vista que é uma obra típica do Romantismo.

A trama se passa em Portugal, no século XIX, e nos apresenta o amor irrestrito de dois adolescentes, Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, vizinhos em Viseu. Os pais de Simão e os de Teresa se odiavam, devido a litígios em que Domingos Botelho, pai do jovem e corregedor de Viseu, foi contrário aos interesses de Tadeu de Albuquerque, pai de Teresa. Como se não fosse suficiente, Simão, cujo temperamento explosivo era uma "marca registrada", havia se envolvido em uma confusão da qual dois criados de Tadeu saíram feridos.

À medida que crescia o amor por Teresa, com quem os contatos se resumiam a conversas pela janela, Simão passou por verdadeira transformação: se antes era um rapaz com fama de perturbador, indisciplinado e inconsequente, a partir do envolvimento com Teresa, tornou-se estudioso, esforçado e responsável. O amor da garota de 16 anos foi a motivação para tal mudança.

Porém, isso de nada adiantou quando a relação foi descoberta. Tadeu de Albuquerque passou, então, a forçar Teresa a uma terrível escolha: ir para um convento ou casar-se com seu primo Baltasar. Desesperada, ela escreve a Simão, que, a essa altura, estava em Coimbra, dando continuidade aos seus estudos. O rapaz imediatamente parte para Viseu e fica escondido na casa de um ferreiro, João da Cruz, cuja filha, Mariana, aos poucos, apaixona-se por Simão.

O jovem tenta encontrar-se secretamente com Teresa, mas Baltasar descobre e arma uma emboscada, da qual Simão sai ferido. Diante da recusa da filha de casar-se com Baltasar, Tadeu de Albuquerque acha que a única solução possível é