resenha
Helmulh Von Glasenapp (1891-1963) definiu a religião como: “A religião é a convicção de que existem poderes transcendentes, pessoais ou impessoais, que atuam no mundo, e se expressos por insight, pensamento, sentimentos, intenção e ação”. Neste trabalho vamos falar especificamente das religiões africanas.Três religiões dominam a África moderna. O cristianismo se encontra, sobretudo no sul e ao longo dos litorais leste e oeste. O centro do islã fica na África setentrional Árabe, mas historicamente essa religião sempre teve penetração também ao sul do Saara. Há, por fim, as religiões primais, ou tribais, ou tradicionais, as mais difundidas antes da invasão cultural ocidental e árabe. Na África moderna, a estrutura tradicional baseada na aldeia está desaparecendo e, juntamente com ela, o fundamento das religiões, que era a vida familiar e tribal.
As religiões africanas tradicionais não têm textos escritos, o que torna seu estudo difícil para os pesquisadores. Boa parte do conhecimento que temos sobre essas religiões, reunido durante os últimos séculos, apóia-se nos relatos de observadores europeus, sejam eles mercadores, colonizadores ou missionários. Tais descrições são muito influenciadas pelas constantes comparações entre a vida religiosa e cultural do local e o cristianismo e a cultura ocidental. Mais recentemente, etnólogos e antropólogos sociais vêm se utilizando de métodos científicos modernos para estudar as religiões africanas, porém mesmo eles as vêem de uma perspectiva externa.
Uma fonte de conhecimento sobre as religiões africanas são os mitos que sobreviveram por meio da tradição oral, mas também de deve considerar que o conteúdo das histórias contadas pode ter se alterado ao longo das gerações. As religiões primais, assim como todas as outras, são influenciadas por fatores externos, e muitas adotaram elementos do islã ou do cristianismo. Uma característica das religiões africanas mais recentes são os milhares de movimentos sincretistas