resenha

Subjetividade Privatizada
Em uma época muito recente surgiu o conceito de ciência, tal como hoje é de uso corrente. O processo de criar uma nova ciência é muito complexo, é preciso mostrar que ela tem um objeto próprio e métodos adequados ao estudo desse objeto. A psicologia por um lado reivindica o lugar à parte entre a ciência; ao mesmo tempo o psicólogo prático exige que a sua competência especifica seja reconhecida, e para que exista um interesse em conhecer cientificamente o "psicológico" são necessárias duas condições; uma experiência muito clara da subjetividade privatizada e a experiência da crise dessa subjetividade. Ter uma experiência da subjetividade privatizada bem nítida é para nós muito fácil e natural: todos sentem que parte de suas experiências é intima, que mais ninguém tem acesso à ela. Uma tragédia se dá quando um individuo se encontra numa situação de conflito entre duas obrigações igualmente fortes, mas incompatíveis, também é numa situação como essa que os homens são levados a se questionar entre o que é certo e o que é errado. De forma simplificada, podemos dizer que nossa noção de subjetividade privada (aproximadamente dos últimos três séculos) O sujeito moderno teria se construído nessa passagem e sua crise viria a se consumar no século XIX, não podendo esperar pelo conselho de uma figura de autoridade, o homem viu-se obrigado a escolher seus próprios caminhos e arcar com suas próprias consequências. Sendo assim, começou a ser pensado como centro do mundo, e com isso surge o homem moderno. Nos séculos XVII e XIX desenvolveram-se na cultura ocidental duas formas de pensamentos que refletem muito as experiências da subjetividade privatizada numa sociedade mercantil em pleno processo de desenvolvimento: a ideologia liberal Iluminista e Romantismo. A ideologia Liberal, cujas principais manifestaram-se na revolução Francesa, os homens são iguais em capacidade e devem ser iguais em direitos, sendo assim todos devem ser livres, sendo