resenha
Mas do que se trata esse filme com nome de menina e sorrisos na tela? O "Fabuloso Destino de Amélie Poulain" ("Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain" - FRA 2001) fala das coisas simples da vida. As neuras de uma família. Os sonhos de uma garota que nunca teve amigos. A busca do amor. Dizem que o quanto mais simples algo é, mais difícil é de se conseguir, certo? Errado, e Amélie está aqui para provar isso.
Fechada em seu mundo interior, Amélie vê tudo no mais cor de rosa e, impulsionada por uma descoberta em seu próprio banheiro, decide ajudar o mundo. Durante sua caminhada, ela aprende a ajudar a si mesma.
O filme tem passagens ótimas logo de cara. Jean-Pierre Jeunet mostra o gosto de cada personagem da família Poulain. A mãe de Amélie, por exemplo, acha o suprasumo da diversão encerar o piso com suas pantufas (as donas de casa de plantão enxergarão um certo exagero aí). Mas no decorrer das cenas, o cineasta mescla humor com ternura. O resultado é que o espectador fica tocado pela inocência de Amélie e se pergunta: será que ainda existem pessoas boas? Pessoas capazes de dar a mão a um ceguinho e ajudá-lo a atravessar a rua?
E mais: pessoas que descrevem um simples trajeto para alguém que não pode ver? Coisas tão facéis e ao mesmo tempo tão difíceis de se fazer. Amélie anda de metrô e, acredite, dá de livre e espontânea vontade moedas aos mendigos (ótima a passagem em que um deles se recusa a aceitar o dinheiro alegando que não trabalha aos domingos!)
No mundo moderno, onde todos estão tão preocupados consigo mesmo,