Resenha

Resenha:
Texto: O Problema do Relativismo Cultural - Herskovits, Melville. Antropologia Cultural. Tomo I. Mestre Jou, 1969.
Filme: O Selvagem Inocente, 1960.

Quando pensamos em uma cultura diferente da nossa, é comum sentirmos estranheza, um pensamento do tipo: Por que essas pessoas vivem dessa maneira, não seria mais fácil viver da mesma maneira que a nossa sociedade o faz?
Uma explicação para o nosso grande “susto” em saber que existem tradições e hábitos diferentes dos nossos é o processo de endoculturação, que é quando assimilamos e absorvemos maneiras de pensar, agir, sentir, próprios da cultura em que nascemos e crescemos. Uma vez que vivemos o processo de endoculturação, se torna difícil tomarmos como “normais” maneiras de vida diferentes da nossa.
O relativismo cultural parte do princípio que “os juízos baseiam-se na experiência, e a experiência é interpretada pelo indivíduo em termos de sua própria endoculturação”. Desse modo, estamos de certa forma “mergulhados” sob o ponto de vista da nossa cultura, e quando tentamos refletir sobre as outras culturas, corremos o risco de interpreta-las de forma errônea, porque seria impossível entender o sentimento de uma tradição sem vivê-la.
É comum ouvirmos designações como “primitivas” e “civilizadas” para as culturas; na verdade, essas denominações já entraram para o senso comum. É importante destacar que essas palavras trazem consigo uma carga histórica de preconceito e de significados errados. O termo primitivo é usado para designar os primeiros povos existentes, portanto, seria inapropriado usar o mesmo termo para se referir a povos contemporâneos . Também foi atribuído a este termo que grupos primitivos seriam “inocentes”, “pouco complicados”, como se tivessem uma cultura simples. Isso pode ser observado no filme O Selvagem Inocente, onde os esquimós são retratados como pessoas ingênuas, de cultura simples e atrasados na tecnologia.
O filme destaca as diferenças culturais entre os esquimós e o homem