Resenha
Autoria: Rogerio Zanon da Silveira, Marcos Aloízio França da Fonseca, Emerson Scheidegger,
Teresa Cristina Janes Carneiro
1. Introdução
Naquele dia, Lourival Filho estava com um ar diferente. Em pé, com os braços esticados e as mãos apoiadas no balcão, observava o bar, os fregueses e os funcionários trabalhando. Em sua mente passava um pequeno filme da história do bar. Relembrava algumas decisões importantes que precisaram ser tomadas desde sua fundação há 50 anos, talvez buscando suporte para outra importante decisão que precisava tomar naquele dia. Duas alternativas se apresentavam, envolvendo riscos e desafios e não havia muito tempo para decidir. Lourival Filho sabia que precisava aproveitar uma oportunidade que aparecera de abrir uma filial do Bar do Ceará num bairro e local privilegiado em Vitória (ES). A outra opção era a tentadora alternativa de continuar investindo no estabelecimento atual localizado no bairro de Jucutuquara e não colocar em risco os traços culturais que transformaram o estabelecimento num dos pontos mais atrativos de Vitória.
2. Antecedentes e contexto
Num sábado à tarde, em meados de 2008, em uma das visitas ao Bar do Ceará, uma cena chamou muito nossa atenção. Uma pessoa entrou no bar, olhou atentamente em volta e esquivando-se das mesas foi direto ao balcão. Ao se deparar com uma pessoa de meia idade, meio calva, barba rala e falante foi logo perguntando:
- Você é o Ceará?
- Sim, eu mesmo. Por quê? - Retrucou Lourival Filho sorridente e meio surpreso.
- É que meu médico me mandou aqui.
- O quê, seu médico? Respondeu o proprietário ainda sorridente, mas agora visivelmente espantado.
- Sim, ele mesmo. É até amigo seu, o Dr. Zé Maria. É que eu disse a ele que estava com alguns probleminhas e tal ... e como remédio ele me receitou que viesse aqui, comer um pastel, tomar uma batidinha e conversar um pouco com você e