Resenha: o rapto de proserpina
“O rapto de Proserpina” é uma obra prima esculpida pelo barroco Gian Lorenzo Bernini, nascido em Nápoles, Roma. Esculpida de uma peça única de mármore, a obra tem aproximadamente três metros de altura (incluindo a base) e está atualmente exposta na Galleria Borghese. Esta é uma das principais peças encomendadas pelo Cardinal Scipione Borghese, outras sendo “Aenas e Anchises, “Apollo e Daphne” e “David”. O rapto de Proserpina é datado de 1621-1622.
Uma curiosidade que me incomodava era acerca do nome da obra em inglês, “The rape of Proserpina”. A tradução correta não deveria ser rapto, mas sim, estupro. Fiquei me questionando se haviam mudado o sentido da palavra no título para amenizar a situação, mas posteriormente fiquei sabendo que “rape” neste contexto tem o significado arcaico da palavra, que seria exatamente seqüestro. E realmente, analisando-se o assunto, percebe-se que de fato não se trata de uma cena de estupro, mas sim, uma captura do momento em que a capturada tenta inutilmente fugir dos braços de seu captor, no caso, Plutão e Proserpina.
O tema se refere a um mito romano, no qual Plutão, o rei do mundo subterrâneo, se encanta pela beleza da filha de Ceres, deusa das plantas que brotam. Sua filha é Proserpina, e Plutão a captura para esposá-la no outro mundo- a escultura representa o momento exato da chegada de Plutão no outro mundo, aonde ele carrega uma Proserpina que tenta pateticamente escapar de seus braços. Ceres fica furiosa e lança desgraças a terra, quando Júpiter interfere e diz que Proserpina ficaria metade do ano com Ceres e metade com Plutão. O mito tenta esclarecer sobre as estações do ano, sendo primavera e verão a época que Proserpina fica com sua mãe e inverno e outono, quando ela está com seu marido.
De acordo com o livro “Bernini: Genius of the Baroque”, de Charles Avey, a escultura seria uma das primeiras de Bernini para a qual existiu um desenho preparatório. No esboço, porém, a cena é mais