Resenha - O Menino Selvagem
21 de novembro de 2013
Psicologia – 1º período
Introdução à Sociologia
Yago Carioca Baltar da Silva
O Menino Selvagem
O filme nos traz um protagonista aparentemente sem cultura, completamente natural, agindo apenas por seus instintos. E essa idéia, justamente, é uma ótima questão: como pode um ser humano não possuir cultura? Victor, como mais tarde o protagonista passou a ser chamado, tinha por volta dos 12 anos e vivia aparentemente sozinho e isolado de qualquer contato humano num bosque na França. Quando lá o encontraram, suas ações eram muito semelhantes às de um animal – andava de quatro e se defendia com unhas e dentes – e, por essas e outras formas de agir, acabaram por considerá-lo um débil mental. No entanto, ao conviver na sociedade francesa com um médico por alguns meses – este o ensinando o idioma a se comportar –, Victor começou a demonstrar uma capacidade de aprender a forma de agir daquele povo, apropriando-se de sua cultura. Ainda que não tenha sido de imediato, o menino passou a se vestir, comer com talheres, dormir numa cama, demonstrar emoções, ser capaz de julgar e até mesmo identificar sons e falar – o que foi impressionante, já que antes acreditavam que ele era surdo-mudo.
O grande ponto aqui é, na verdade, a habilidade única do ser humano que é a cultura, a habilidade de se aculturar. Victor nunca havia tido contato com humanos e, portanto, não teve chance de tomar a forma de agir deles para si. Quando o contato aconteceu, a cultura passou a ser absorvida. Essa habilidade que Victor demonstrou não é apenas dele, mas de todo ser humano. Se um bebê recém-nascido brasileiro fosse para a Inglaterra e passasse sua vida lá, este cresceria com toda sua cultura inglesa, falando o inglês fluentemente e sem saber uma palavra de português.
A situação do bebê, recebendo a cultura inglesa, acaba por ser mais fácil que a de Victor, devido a sua idade. Mas ambos são ótimos exemplos dessa