Resenha o imperio de belo monte
A autora inicia a obra descrevendo a trajetória do empreendimento colonizador, do povoamento do sertão brasileiro – cenário do conflito – e da paisagem sertaneja, mostrando como esses processos tiveram influência na formação do estereótipo do sertanejo (forte, corajoso, ingênuo) e na idéia do sertão como uma terra sem lei, em oposição à cidade litorânea civilizada.
O empreendimento colonizador – no que se refere à plantação de cana-de-açúcar para atender ao mercado europeu – mais as incursões exploratórias (entradas e bandeiras) tiveram um papel crucial no povoamento do interior do país. As terras próximas ao litoral eram utilizadas para produção agrícola devido sua fertilidade e proximidade com os portos. Assim, a criação de gado teve que adentrar pelo interior. Já as entradas e bandeiras tinham como objetivo inicial a escravização indígena e posteriormente a prospecção de minas de metais e pedras preciosas, e para isso tiveram que penetrar um vasto território.
No tópico "A palavra sertão", a autora faz uma breve análise etimológica da palavra sertão numa tentativa de desmitificar a idéia de "secura e infertilidade" da região atribuída por alguns estudiosos ao termo, como é o caso do historiador Robert M. Levine, para quem sertão vem de "desertão" e "implicava imagens de pessoas e lugares atrasados e pouco hospitaleiros" (LEVINE, 1995, p. 41). Galvão mostra que originalmente a referida palavra tinha como significado