RESENHA: A População Local (Autôctones): O Que Espera E O Que Obtém Do Turismo
DEPARTAMENTO DE TURISMO
TEORIA GERAL DO TURISMO I
VAGNER RAMOS DE FREITAS
RESENHA: Capítulo 2. - A Máquina das Férias ou o Ciclo da Reconstituição
O ciclo da reconstituição começa pelo homem e suas necessidades, pelo homem comum que se torna turista e a seguir volta a ser o homem comum. Suas necessidades condicionam suas atividades. A psicologia nos ensina que todo ser humano se vê entre necessidades contraditórias, tais como trabalho e descanso, receitas e despesas, esforço e repouso, risco e segurança, etc. Vivemos sempre em busca de um equilíbrio entre esses dois extremos, e o cotidiano sempre nos faz deparar com os lados negativos, como tumulto, corrida contra o relógio, cansaço. Como forma de buscar esse equilíbrio, a possibilidade de sair, de viajar reveste-se de uma grande importância, por acreditarmos que essas necessidades têm de ser saciadas “fora” e não “dentro” de nossa casa/cidade.
A decisão de viajar é pessoal, porém é de certa forma, condicionada pela sociedade. Para o homem em estado de carência, a nossa sociedade oferece o turismo. Depois que o “direito às férias”, e “o direito à viagem” tornaram-se reivindicações sociopolíticas, todas as camadas sociais devem ter acesso à mesma. Repouso e férias tornam-se sinônimos de turismo.
“O turismo é um comércio, e não uma obra de beneficência” e “que se danem os paraísos”, é o que pensam alguns profissionais da área. A necessidade de relaxamento é comercializada e transformada em viagens de todas as espécies, de acordo com as regras da arte do marketing. No entanto, dado o fato de que as operadoras de viagens tiram partido do sentimento nostálgico e dos sonhos e comercializam as paisagens, os seres e as culturas, seria o caso de se pensar que elas detêm uma responsabilidade incomparavelmente maior. O importante é criar a impressão de um ambiente de ferias, o inverso do cotidiano que tenha um lado de descontração, bem-estar, alegria, liberdade, prazer em outro